Petrobras explica modelo de exploração do pré-sal

Especialistas acham ainda que o modelo tem defeitos, mas a área do pré-sal brasileiro é muito atraente para as empresas petrolíferas.



O anúncio das novas regras para a exploração do pré-sal causou impacto no mercado. São muitas as perguntas. A principal delas: como atrair empresas internacionais interessadas em investir numa das últimas reservas de petróleo do mundo?


Sob o leito do Oceano Atlântico, a 300 quilômetros da costa brasileira, está a razão de tanto debate. O petróleo do pré-sal fica abaixo de uma camada de rocha e de sal, a sete mil metros de profundidade. O óleo achado em três poços é considerado de boa qualidade e, segundo a Petrobras, pode duplicar as reservas brasileiras.

As primeiras perfurações indicam a existência de óleo em oito blocos. Se o modelo de exploração desses blocos for aprovado pelo Congresso, a Petrobras vai ser a única operadora das áreas do pré-sal. Terá ainda a participação de no mínimo 30% nos consórcios que atuarem na região.

“Um percentual de 70% será colocado em licitação. Esses 70%, os licitantes vão oferecer à União a maior parcela do lucro para a União com risco pleno de 100% do investimento entre a Petrobras e os operadores. De tal maneira que os investidores vão receber uma parcela do lucro-óleo, ficando a maior parcela para União”, diz o presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli.

Em um primeiro momento, a intenção do governo de aumentar o capital da empresa causou apreensão no mercado. As ações da Petrobras caíram um pouco, mas já começaram a se recuperar.

“O mercado ainda está pensando o que pode acontecer, porque a Petrobras, ao mesmo tempo que foi contemplada com essas áreas, tem uma responsabilidade muito grande de captar investimentos e há que se considerar também que os resultados do pré-sal só vão começar a aparecer como receita para a empresa lá para 2014, 2015”, explica o consultor em economia da indústria de energia Rafael Schechtman.

Os especialistas ouvidos pelo Bom Dia Brasil acham ainda que o modelo tem defeitos, mas como pode ser uma das últimas reservas de petróleo do planeta, a área do pré-sal brasileiro é muito atraente para as empresas petrolíferas. Por isso, qualquer que seja o modelo de exploração, o mercado vai se adaptar.

“Não houve grandes novidades. Por parte das empresas de petróleo, muitas delas estão acostumadas a operar em países diferentes, que exigem regimes diferentes. Efetivamente, irão se adaptar”, aponta o professor de economia da energia da UFRJ Helder Queiroz.

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