Poucos se arriscaram na primeira semana de lei antifumo em São Paulo
Pelo último balanço divulgado, já foram aplicadas mais de 50 multas no estado.
A lei que proíbe o fumo em ambientes coletivos fechados, como bares e restaurantes e até condomínios em São Paulo, está em vigor há uma semana. Houve mudança de ares. Mas ainda tem gente que insiste em burlar a lei. É preciso insistir na fiscalização para que a lei seja respeitada.
Bares, restaurantes e fumantes estão procurando formas de se adaptar. Entre os fumantes, muitos reclamam. Já os não-fumantes dão total apoio. Pelo último balanço divulgado, já foram aplicadas mais de 50 multas no estado.
Uma pequena área para fumantes e outra maior para quem não fuma foi a solução encontrada por um bar, que já começou uma reforma para ampliar a área onde o cigarro é liberado.
“O cliente já vinha se preparando para a mudança”, diz o dono do bar Marcos Livi.
“Senti uma diferença. O ambiente está mais agradável”, elogia o engenheiro de produção Vitor Hugo Cassini
“Eu sou fumante e concordo com a lei. É correto. Tem que ter esse respeito com quem não fuma”, diz o engenheiro mecânico Gustavo Calheiros
Mas tem gente que ainda tenta dar um jeitinho.
“Mais para o final da noite, quando há poucas mesas, o cliente acha que já está fechando, que já pode e a continuamos mantendo a regra de sair e fumar no deque”, comenta o dono do bar Marcos Livi.
Há quem radicaliza. “Se não tem área aberta tem que sair do bar com meus amigos é desagradável. Então não vou”, avisa a psicóloga Luciana Bozzi
O último balanço divulgado conta os primeiros três dias de vigência da lei antifumo. Nesse tempo, foram fiscalizados 3.864 estabelecimentos em todo o estado, com 50 autuações. Apenas na capital paulista foram 13 multas.
No caso de bar, a lei criou uma nova realidade. Ele passou a ter mais clientes do lado de fora, na rua, do que no ambiente interno. O dono explica que, quando abriu o negócio, funcionava apenas como uma tabacaria mas pra agradar os clientes começou a vender bebidas. Caiu na restrição da lei.
“As pessoas saíam do restaurante e vinham fumar justamente para não incomodar as pessoas naquele ambiente”, explica o dono do bar Beto Ranieri.
“Vai fumar um charuto e pede uma bebida. Não consigo fumar e não beber”, diz o advogado Claudio Melo.
Essa combinação agora só na calçada. Uma opção que nem todo mundo aceita.
“Nesse momento teve uma queda muito grande, mais de 50%”, contabiliza o dono do bar Beto Ranieri.
“As pessoas estão fumando em casa, convidando as pessoas para irem até suas residências”, aponta Marcos Livi.
A Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo diz que há 30 ações em andamento pedindo a suspensão da lei antifumo. Mas, segundo a secretaria de justiça de São Paulo, não existe nenhuma decisão contrária à lei em vigor.
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