Em cinco anos, carros terão de sair de fábrica poluindo 33% menos

A redução determinada pelo governo federal é considerada pequena. A indústria automobilística diz que vai atender à resolução.



Um problema que mantém o país no passado, no atraso, é a poluição do ar causada por carros e caminhões. Na maioria das grandes cidades do mundo, essa poluição diminuiu dramaticamente, quase não existe mais. Aqui, é uma fumaça negra, que faz mal.

Em cinco anos, os carros vão ter de sair de fábrica com filtros. A redução determinada pelo governo federal é considerada pequena. A indústria automobilística diz que vai atender à resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Mas, o motorista precisa fazer a manutenção do automóvel. Segundo especialistas, é fundamental manter uma fiscalização rigorosa da frota.

Os sensores colocados no escapamento medem em detalhes a poluição que os veículos emitem. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os automóveis têm que passar por uma inspeção anual. Mas, na capital paulista, só os carros novos são vistoriados. Pelas ruas, carros soltando fumaça aidna são comuns.
“De nada adianta o fabricante investir em tecnologia, investir em um veículo ambientalmente mais equilibrado, mais eficiente, se o proprietário não faz a parte dele que é a manutenção”, comenta o diretor-executivo da Controlar Eduardo Rosin.

A partir de 2014, os veículos leves movidos a gasolina e álcool terão que sair de fábrica poluindo 33% menos. Para os veículos movidos a diesel, a determinação vale a partir de 2013. Mas os limites máximos de poluentes e esse prazo estão provocando polêmica.

“Já é um avanço 33% para colaborar com o ar”, elogia o advogado Marcelo Kitasaua.

“Em relação ao resto do mundo fica muito atrasado”, compara um engenheiro.
Está mesmo. Na Europa e nos Estados Unidos, os limites de emissão de poluentes já são menores que os previstos para o Brasil nos próximos anos. Pesquisadores da USP constataram que, em São Paulo, o ar poluído aumenta em 75% o risco de infartos. Para os diabéticos, é ainda pior: dias poluídos elevam em quase 300% a chance de problemas cardíacos.

“Reduzimos a emissão de poluentes dos carros mas mantivemos o padrão de concentração aceitável nas cidades que traduz o conhecimento médico de 30 anos atrás”, aponta o coordenador do Instituto Nacional de Risco Ambiental do Cnpq Paulo Saldiva.

A Anfavea, representante das montadoras, disse em nota que a norma será cumprida. Mas afirmou que a indústria terá que fazer investimentos para desenvolver novas tecnologias e que o repasse desses custos aos preços finais é assunto de cada fabricante.

“Ela é positiva na medida em que se está dando uma aspirina para um paciente que tem um septcemia. Ele vai melhorar os sintomas, mas não vai resolver o problema. A nossa questão passa por uma medida séria de redução das emissões e de redução e melhoria da qualidade do combustível”, destaca Cnpq Paulo Saldiva.

A indústria automobilística brasileira já produz carros que poluem menos. Mas esses veículos são apenas para exportação. A Organização Mundial de Saúde estima que dois milhões de pessoas em todo o mundo morram por ano, em consequência da poluição do ar.

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